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A PAIXÃO DE MARIA – MAIS QUE NUNCA – NO SINAL DE CONTRADIÇÃO!

A Paixão de Maria 

Arai Daniele

O Espírito Santo, Maria e o Mysterium iniquitatis

Lembremos a profecia revelada a Maria sobre o Sinal de Contradição e a Sua Paixão:

«Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Era justo e piedoso. Esperava a consolação de Israel e o Espírito Santo estava com ele. E o Espírito Santo tinha revelado a Simeão que não morreria sem primeiro ver o Messias prometido pelo Senhor. Movido pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o Menino Jesus, para cumprirem as prescrições da Lei a seu respeito, Simeão tomou o Menino nos braços e louvou a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar o teu servo partir em paz. Porque os meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel».

«O pai e a mãe estavam maravilhados com o que se dizia do Menino.Simeão abençoou-os e disse a Maria, mãe do Menino: «Eis que este Menino vai ser causa de queda e ressurreição de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Quanto a Ti, uma espada transpassará a Tua alma, a fim de que sejam revelados os pensamentos de muitos corações» (Lc 2, 25-35).

A Verdade é uma e desce sobre toda consciência humana que a procura. Se esta pensa criá-la e possuí-la, eleger com o seu pensamento o messias e os seus profetas, cai em fatal desvio.

A Verdade, mesmo se negada pelo mundo moderno, é Una. Todo homem aspira à felicidade e no fundo de sua alma sabe que esta só se encontra na Verdade, no plano divino para a história humana: na Fé em Deus Uno e Trino, que é Amor infinito.

A condição inicial é simples e lógica, voltar ao Pensamento de Deus. E voltar com o pensamento, porque é este que guia as ações humanas. Que se volte, mas banindo todas as contradições deste século, enquanto é tempo. Pois, só repudiando os planos ocultos, pelos quais “todos se extraviaram” (Rm, 3,12), e que causando a paixão da Mãe de Deus e nossa, com efeitos desastrosos, haverá retorno.

A história humana é o relato de uma sequência de contradições em relação ao conhecimento da verdade e do bem revelados, com que o Senhor manifestou ao homem o seu poder e Amor absolutos. Não Se manifestou com a hiper energia com que criou do nada o universo, mas com a suavidade da Palavra que faz entender a Verdade, que pode reconduzir a Si os que A acolhem com a livre inteligência e vontade de que nos dotou.

Os primeiros pais caíram ao falhar nesse acolhimento. E nós o falhamos com nossos pecados pessoais, assim como o nosso mundo precipita hoje na rejeição do Verbo e dos sinais deste conhecimento na forma essencial na Revelação e nas mensagens divinas.

Vivemos a corrupção universal na deplorável contradição ao Pensamento Católico, que vamos continuar a descrever na história dos tempos modernos.

Retorno à mentalidade da falsa reforma protestante

O Princípio revelado do Bem e da Justiça é um só, como o da autoridade e da ordem, derivados da Verdade de Deus, que é Amor. De qual outro princípio podem derivar as leis humanas? Verdade, Ordem, Autoridade, Amor, o que fez o livre exame se não tornar estes termos, essenciais para formar a consciência de cada homem, incompatíveis com o Bem revelado?

O princípio da justiça concerne a verdadeira Autoridade, não só para as almas, mas para as sociedades de todo tempo e lugar, porque transcenderem toda ordem humana e definem uma hierarquia certa de valores ligados aos princípios revelados. Estes são confirmados na Terra pela Sede santa estabelecida por Deus na sua Igreja. Já a Igreja mesma e a sua Autoridade são um princípio divino, que transcendem o homem.

Estes princípios são como realidades; podem ser negados para desgraça dos desviados, mas não podem ser «reformados» ou atualizados por algumas mentes «iluminadas». São o que são, como tudo o que vem do Pensamento de Deus. O orgulho dos iluministas, porém, quis reformá-los para a desgraça da vida na Terra. E hoje vivemos a mais iníqua contradição na corrupção luterana da Sede santa, que devia preservá-los de toda mancha! O Vaticano 2 e seus «papas» inverteram tal missão, para dano de multidões sem fim.

A nova formação conciliar das consciências, em contradição com os desígnios da infinita sabedoria divina, se realiza à luz dos valores dos duzentos anos do iluminismo, que desde então tenta destruir a Igreja da Redenção sobrenatural e do Sacrifício que ela custou a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Assim sempre ensinou a Igreja, que suscita nos homens imitação do divino Redentor. Inversamente, vê-se que o processo de desvio na formação da consciência religiosa, moral e mesmo civil das gentes, que leva à apostasia geral com uma «nova idéia de redenção», está em contradição diametral com a Tradição. Pudera, o Inimigo maligno é o «macaco de Deus»! Não cria. mas contraria! Eis como situar a idéia de «redenção universal»: «redenção» automática, «ecumenista» de todos (Redemptor hominis), que dispensa a necessidade da conversão à Palavra e ao Sacrifício de Jesus Cristo.

Isto já fora introduzido pelo Vaticano 2 (Gaudium et Spes) e implementado pelos seus pedagogos, nutridos pelo «pensamento secreto» de aproximar e modernizar a Igreja conforme o liberalismo protestante e o conciliarismo ecumenista. É o que se vê com os «papas conciliares» que, como autores e promotores do Luterano 2,  empenham-se em justificar para superar todas as contradições reformistas, de todos os tempos.

Eis o retorno à contradição original no livro do Gênesis, onde é dito que será a Mulher a vencer o inimigo de Deus e dos homens. Inimigo que na nossa época consegue suscitar um monstruoso leviatã para impor ideologias letais, produtos de nefastos erros filosóficos, que se infiltraram no mundo com o Modernismo e Americanismo, minando a vida da Igreja e dos povos. Para ajudar a humanidade Nossa Senhora, em 1917, nas vésperas da revolução bolchevista, confiou aos três pastorzinhos de Fátima a Mensagem que avisava contra os erros esparsos no mundo pela Rússia e contra perigos crescentes que pairavam sobre o mundo, se os homens não tivessem seguido o caminho reto: depois da devastadora I Guerra mundial viria “outra guerra pior”. Se nem assim o mundo mudasse, viria um terceiro flagelo, mais desastroso que as guerras e com uma natureza de tal modo enganosa que pareceria incompreensível e, portanto, devia ser mantido secreto até 1960, porque então seria mais claro.

Tão claro que foi o então recém «eleito papa», Angelo Roncalli, modernista e filo-maçom (se não efetivo maçom impenitente, como é cada dia mais demonstrável) que assumiu o nome do anti-papa João XXIII e censurar esse «Terceiro segredo». Censura sintomática da intenção de convocar o concílio da doutrina da «liberdade religiosa» (Dignitatis humanae) em contradição com o Segredo das conversões pedidas por Maria SS. em Fátima.

A Intervenção da Santíssima Virgem Maria na história é um fato escritural confirmado pelos Papas. A fé cristã se funda na intervenção de Deus na história através de Jesus Cristo, seu único Filho, concebido pelo Espírito Santo e nascido da Maria Virgem. E a intervenção divina na terra continua através da Igreja, na medida da necessidade de ajuda que têm os homens de boa vontade, manifestando-se nos Sacramentos, no Magistério, e nos eventos proféticos reconhecidos pela mesma Igreja.

Característico na linguagem papal de todos os tempos são as invocações e a gratidão pela continuidade das decisivas ajudas sobrenaturais, sinais de alcance histórico desde o início do Cristianismo para sustentar a Fé, constantemente ameaçada pelo mundo, onde aumenta cada vez mais a ação de seus poderes sobre as almas.

A Mensagem de Nossa Senhora de Fátima era porém mal vista pelos clérigos que, racionalistas e modernistas, enquanto reconheciam pelas inegáveis evidências a aparição e o milagre do sol, presenciado por dezenas de milhares de pessoas (e testemunhado também por jornalistas ateus), negavam toda a parte respeitante a Mensagem. Parte que chamavam Fátima 2 para distingui-la daquela “aceitável”, Fátima 1 (P. Dhanis SJ.). Um aviso celeste, segundo eles, só podia pedir orações e talvez penitência. Eles negavam a possibilidade de uma intervenção divina na história humana: milagres e aparições eram só sinais pirotécnicos para animar a religiosidade popular, nunca sigilos extraordinários para avalizar os desígnios da divina Vontade.

O sentido das intervenções de Maria é de revitalizar nos fiéis a Fé pela qual morreu na cruz seu Filho. Estas intervenções não se realizam nunca se sobrepondo às decisões da Hierarquia católica, mas ajudá-la na missão de defesa da fé e da identidade católica. Ora, para o momento em que passaria a faltar esse defensor da Fé; pior, momento em que na Sede de Pedro iria instalar-se um modernista e maçom para inverte-la, fato que seria mais claro em 1960, deixou essa visão profética no «Terceiro Segredo»: o Papa católico verdadeiro, o «Bispo vestido de branco» liquidado com o seu inteiro séquito fiel. Não só um homem, mas o Papado na cidade «meia arruinada: a Cristandade, que com esse atentado à figura do seu chefe terreno ficaria inteiramente arruinada por um tempo. Este «segredo» devia fazer entender melhor o que para os católicos já deveria ser evidente: que Isto seria conseqüência do plano de alterar a Doutrina da Igreja para conformá-la ao mundo.

E isto está nos documentos de um «concílio de contradições», que é o anti-mariano Vaticano 2. O que se sabe é que nenhum povo foi excluído das atenções maternas de Maria, Tanto mais os cristãos que A honram. Logo se vivemos tempos terríveis da maior confusão entre os católicos, porém há que lembrar sempre que as intervenções de Maria assumem relevo extraordinário proporcional às desgraças que com cuidado profetizam.

Nisto Fátima é a última e maior intervenção dos nossos tempos. E note-se que a sua Mensagem não colide com a liberdade que os fiéis têm de compreender e professar a própria fé; quem não teve ainda olhos para ver e ouvidos para entender que os «papas conciliares» são inimigos da Fé, ainda têm tempo diante do Segredo de Maria, que com suas promessas ainda está selado no tempo; ainda deve relizar-se.

Fátima é para quem já superou as contradições de nossos tempos, tempos em que «falsos cristos» apareceram para, em vestes papais, enganar as nações que foram veículos da difusão da Fé, mas vivem agora no centro de reviravoltas históricas e passam por particulares perigos. Trata-se hoje da descristianização do Ocidente.

Eis que a aversão do mundo anticristão à devoção mariana, e especialmente à Fátima, que é emblemático. Nossa Senhora apareceu em Portugal em 1917, às vésperas da Revolução bolchevista, para avisar do perigo mundial dos “erros espalhados pela Rússia”. Pode-se negar a urgência desse aviso? Mas para os modernistas o perigo era a devoção a uma “Nossa Senhora política”!

Porque um segredo para 1960? Porque então seria mais claro! O que é que começava a ser claro então senão uma reviravolta na vida da Igreja depois da morte de Pio XII? Na encruzilhada da história, ao invés de manter a rota da Igreja, tentava-se desviá-la noutra direção. E a questão central era justamente esta: Tem a Igreja a missão de intervir na vida das sociedades, no modo como sempre entendeu a missão confiada pelo seu Chefe divino? Ou pode a verdadeira Igreja simplesmente ser objeto das mudanças de um mundo que evolui com os tempos?

Pelo que se viu acima não se trata de dilema real, pois a Igreja existe para guiar os homens e as sociedades segundo o mandato recebido. E as intervenções marianas foram sempre um estímulo e um exemplo dessa missão indicada por Deus. Portanto, agora trata-se de verificar, à luz das Aparições marianas também, a mutação que se quis operar na missão da Igreja, sabendo que à uma outra missão corresponde uma outra igreja.

Sobre o Trono de Pedro quem subiu depois de Pio XII? Não foi justamente alguém que não considerava, na sua mente, necessário defender a missão da Igreja, mas abri-la ao mundo em total contradição com a missão que Jesus Cristo confia ao Papa. Era papa?

Hoje conhecemos o alcance de seu aggiornamento maçônico. E isto demonstra ainda mais a oportunidade e a natureza profética do Segredo, sinal de contradição da hora presente que Simeão havia profetizado a Maria: “Este menino é destinado a ser causa de ruína e de ressurreição de muitos em Israel; sinal de contradição; e uma espada transpassará a tua alma, a fim de que sejam desvelados os pensamentos secretos de muitos” ( Lc 2,35). Espada de imensa dor moral, à imagem da Paixão de Seu Filho, pois em Seu Sagrado Nome e da Sua Sede se expande o veneno das contradições letais com a Fé revelada e sempre transmitida e confirmada pela Igreja. Mas são falsos cristos que ainda são reconhecidos como «papas» por muitos e com muitas desculpas como temos revelado nestes tempos.

Que nos bastem aqui as incríveis «contradições católicas» do último semestre: Uma fraternidade sacerdotal nascida para, com Mgr Lefebvre testemunhar as contradições com a Igreja católica da «igreja conciliar», que agora incorpora-se sorrateiramente à legalidade oficial desta na Argentina, como modelo para a manobra no âmbito mundial.

Depois, um bispo, mgr Williamson, também consagrado em Ecône para testemunhar essas contradições da «igreja conciliar», que adere a uma explicação sem sentido para admitir a legalidade de um «papa herege»!

Enfim, de um Instituto nascido para denunciar essas incorporações abomináveis e essas desculpas para reconhecer a falsa autoridade oficial de um herege, mas que reconhece o direito inalienável deste à Sede ocupada, porque «eleito num conclave canônico»!

Que cada católico medite sobre as próprias contradições, primeiramente dos próprios pecados e depois sobre aquelas que ferem a fundo a credibilidade da Santa Igreja, cujo Chefe adorável morreu na cruz como «sinal de contradição… causa de queda e ressurreição de muitos em Israel, a antiga e a Nova, que é a Sua Igreja, hoje em sua mais grave e devastadora tormenta!

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