Pro Roma Mariana

Sedevacantismo Portugal.

Daily Archives: Abril 16, 2018

LIBERDADE RELIGIOSA – ABORTO – PROFECIA DE FÁTIMA

Dilma-e-aborto

Arai Daniele

O que liga essa Jornada mundial da Juventude com a declaração do direito à liberdade religiosa

ecumenista do Vaticano 2º, suma contrafação religiosa e também mental de fim dos tempos?

Porque depois da festa, cada um vai escolher a religiosidade que prefere, segundo a própria visão moral, sem medo de pregá-la aos outros e ferir os ouvidos dos que se dizem católicos.

Eis a aspiração da liberdade de religião, um aborto do modernismo para quem estima a verdade una e sabe qual é o resultado nefasto da multiplicação das seitas.

Contudo, foi justamente o que aconteceu depois das quatro viagens de João Paulo 2º ao Brasil, como demonstram as estatísticas que assustaram até essa mísera Roma conciliar.

Abrindo à liberdade religiosa mirada pelo gnosticismo maçônico para substituir a ordem cristã nas consciências com a nova ordem, não só separaram o Estado da Igreja, mas o corpo humano de sua alma espiritual, cuja existência o iluminismo nega na sequência do «processo evolutivo»!

Aberto o poço do abismo de um «direito» de liberdade diante de Deus, que é a tal «liberdade religiosa» do Vaticano 2º («Dignitatis humanae»), declarado de uma sede religiosa suprema, toda liberdade é possível, não existe limite de «ordem pública» de «leis abortistas» etc. Tudo é legalmente permitido, e não se diga que quem o declara dessa alta sede é contra o aborto e outros delitos; é hipocrisia!

Abrindo à liberdade religiosa mirada pelo gnosticismo maçônico para substituir a ordem cristã nas consciências com a nova ordem, não só separaram o Estado da Igreja, mas o corpo humano de sua alma espiritual, cuja existência o iluminismo nega na sequência do «processo evolutivo»!

Foi o curso de idéias que em pouco tempo causaram uma inaudita «autodemolição», de aspecto irreversível na Igreja, mas também no mundo, onde sinais «libertários» da imaginação no poder, a partir dos anos 60, produziram depravações e reivindicações de direitos sem fim na vida social, em nome de confusões ideológicas ateias e ecumenistas, com imprimatur conciliar! Era o direito à dignidade das aberturas, que no fundo significa dialogar sobre a mesma Verdade.

Isto estava nas entrelinhas da encíclica «Pacem in terris», na qual João 23 proclamou por exemplo que «… pode e deve haver cooperação entre os católicos e os regimes comunistas no campo social e político…». Assim, nas eleições italianas de Abril de 1963, os comunistas, ganharam um milhão de votos em relação às eleições políticas anteriores. Clamoroso sucesso do PCI unanimemente atribuído ao «sinistrismo eclesiástico»; liberalismo clerical de João 23!

A «mentalidade de abertura», continuada por Paulo 6º, foi a «abertura conciliar ao mundo», que no caso da política comunista levou a Itália a ser o país mais desgovernado da Europa, pois tal ideologia, se não toma o poder, reivindica tudo, na ordem social e também existencial.

E tal política passou a dominar onde havia ou passou a haver mentalidade modernista.

Assim, o povo comunista italiano, sob vários nomes e a complacência do partido democrata-cristão (demo-cristão), foi o maior do mundo «democrático». Para o seu ideólogo, Gramsci, “o socialismo é justamente a religião que abaterá o cristianismo” ([1]). “A filosofia da praxis – é o nome que Gramsci dá ao materialismo dialético e histórico – pressupõe todo este passado cultural, o Renascimento e a Reforma, a filosofia alemã e a Revolução francesa, o Calvinismo e a economia clássica inglesa, o liberalismo laico e o historicismo na base de toda concepção modernista da vida. A filosofia da praxis é a coroação de todo este movimento de reforma moral e intelectual… corresponde ao nexo: reforma protestante + revolução francesa”.

Para este «profeta comunista»: “O catolicismo democrático faz o que o socialismo não poderia fazer: amalgama, ordena, vivifica e suicida-se”.

De fato destrói as famílias, acusadas de serem redutos da detestada desigualdade humana.

Incrível como isto aconteceu com a política clerical do companheiro e sucessor de Roncalli, João Batista Montini, futuro Paulo 6º, sobre o qual vimos o que foi publicado do «Pacto Montini – Stalim». Mais tarde ficou famosa foi sua homilia de «protesto» a Deus na Missa de exéquias de Aldo Moro, por não ter evitado o seu assassínio desse seu poderoso amigo demo-cristão pelas Brigadas Vermelhas comunistas. Era o homem dos compromissos e das desculpas pelo Cristianismo, que não mais cessaram até hoje na infecta onda do diálogo conciliar.

E a relação dos crentes deixou de ser direta a Deus para ser verborréia entre homens.

O «direito à liberdade de consciência» abortista e pedófila

Em nome da liberdade, e no vazio dos princípios conciliares o agnosticismo se torna imperante no que concerne à direção civil. É um dos males do modernismo que deseja regras democráticas, alienando todo o princípio transcendente e até lógico para a vida social. Por exemplo o princípio de identidade e de não contradição «alijado» pelo filosofar modernista, que passou a gerir os opostos no plano mental, o que in extremis leva à confusão entre o bem e o mal. Sem tal distinção é destruída não só a ordem política, mas a moral e religiosa nas consciências, pois para a Fé «contradição» é termo assumido por Jesus Cristo (Lc. 2, 24), e lembra que toda luta no mundo é por ou contra Cristo.

Em nome da liberdade da consciência «intelectual» temos a perversão ética, moral e estética, como o aborto e a pedofilia que, se procede de um democrata como Cohn-Bendit, pode até ser divulgada na TV, como, em nome da «estética» faz o literato italiano Aldo Busi. São atos abomináveis, só se procedem do decadente aparato clerical ligado aos «papas conciliares».

Assim, o feitiço se reverte contra os feiticeiros do direito à «liberdade de consciência» declarada pela paradoxal «autoridade» do Vaticano 2º, que no fundo voltava à questão: o que é a verdade? com a qual princípios universais que regem a vida moral são reduzidos a tema privado. Isto corresponde à supressão da questão: o que é erro? De modo que toda idéia não fundada em princípios, mas em dúvidas, pode ter livre curso e passar mesmo a ser obrigatória, como passou a ser com o aborto. Tal «democracia das consciências» não só cultiva a obscenidade, mas lhe é intrínseca no seu agir, que tem a marca do conflito, da crise e da ruína espiritual.

Tudo isto foi explicado pelos Papas e ultimamente por Pio XII, como explica o escritor francês Jean Madiran. “A democracia moderna é religiosa: substitui as religiões com a religião do homem que coletivamente se faz Deus”[…] “Funda-se em si mesma, como a rebelião do eu funda-se no eu. É a mesma recusa de toda dependência” (Jean Madiran, Les deux démocraties, Paris, 1977).

A nova religião liberal-ecumenista declarando o «direito» à liberdade de consciência justifica a independência geral diante da Lei natural. Coisa de pouco? Na verdade é a alienação mais letal do Cristianismo, que, na sua luta perene contra a desordem, vê assim a remoção de todo obstáculo ao que é intrinsecamente perverso para a vida das almas e dos povos.

Quem pode desligar a emancipação familiar, feminina, juvenil, de cunho moral e mental, do declino demográfico irreversível dos povos do Ocidente cristão? Tal «suicídio» civilizacional deriva do avanço da pérfida «ideologia» modernista de abertura total ao mundo: liberismo que revela oposição diametral à Fé e a todo bom senso, mas foi sinuosamente inoculada na Igreja com as burlescas aberturas inauguradas pelo «bom» João 23 e depois aprovada pelo Vaticano 2º e implementada pela série dos «papas conciliares», falsos cristos que continuam a demolição a passo de viagens que a projeção estatística já pode constar e prever para breve: uma Europa islamizada ferozmente anti-cristã, mas também anti-liberal.

Neste final da era cristã, a indiferença à Redenção tornou-se tão grave que manifesta-se no vértice da Igreja conciliar: da «redenção universal» de Wojtyla. É a sua rejeição com a grande apostasia, na confirmação do que Jesus profetizou com uma dúvida: “Quando o Filho do homem voltar à terra, encontrará ainda a Fé?”

Ainda não se percebeu todo o mal que representa o bestial Modernismo, que o santo Papa Pio X classificou de coletor de toda heresia. Só a Misericórdia divina vai poder eliminar esse mal através da conversão de seus novos e antigos eleitos, que abraçarão os desígnios do bem, depois de reconhecer as obras das trevas que descrevemos. O Modernismo é a abertura religiosa e civil a todo erro, como seja o comunismo, ou melhor, «os erros espalhados pela Rússia de que falo Nossa Senhora de Fátima e hoje contamina a mentalidade clerico-conciliar. Tal grave desvio, introduzido na Igreja, provocou a histórica catástrofe civil de gerações descristianizadas.

A satânica censura da Profecia divina na Mensagem de Fátima

Voltando ao tempo de João 23, a questão que o marcou para sempre foi a incrível censura ao Terceiro Segredo de Fátima, cuja mensagem indicava os “erros esparsos pela Rússia”.

Esta frase, detestável para quem via com otimismo o avanço socialista, para o qual abriu as portas do Vaticano, representa a realidade de um mundo cada vez mais ateu e materialista. Apenas concluído o Vaticano 2, as mini-revoluções que reivindicam em todas as direções já eclodiam no Ocidente sem poupar nenhuma ordem social.

Enquanto isto a contestação global, especialmente na América Latina e na África, era cavalgava pelo relativismo animado pelos novos apóstolos das «aberturas» conciliares com as teologias de libertação. Estas haviam liberado as consciências para reivindicar os direitos que fazem esquecer os deveres para com a verdade de Deus, libertando os homens de seu ser espiritual.

Não há pois que negar a velada relação de causa-efeito entre as aberturas de Roncalli e sucessores e a profunda revolução que demoliu a fé da Igreja nas consciências. João 23 apelava à misericórdia para não acusar erros, mas abriu às «ideologias» de padres guerrilheiros, como Camilo Torres, que celebrava a missa ao lado da metralhadora dizendo: “João 23 me autoriza a marchar com os comunistas”; morreu lutando para aniquilar a Ordem cristã!

Como negar que quando o maldito Vaticano 2º justificou o direito universal da escolha da própria religião ou irreligião, tal juízo incluía todo outro, da moral à política?

Não era este o «compromisso histórico terminal» entre a falsa religião e o ímpio laicismo?

À exposição dessa herança macabra no campo das idéias se aplicam nossos escritos que medem, por exemplo, o efeito da encíclica «Pacem in terris» (Ptr), tão apreciada em Moscou como nos meios socialistas e mações, porque visava a «atualização» da noção de livre consciência.

Não estava claro isto no documento? Se não, foi porque devia evitar a reação católica; mas nem tão velado para perder a ovação da área iluminista que há séculos exigia que a Igreja declarasse a liberdade de consciência e de religião, para julgar sobre o bem e o mal. É a idéia que passou a ditar a vida no mundo até a «alienação apocalíptica» final da Palavra de Deus.

São as Sagradas Escrituras a descrever essas «alienações»: a Original e a Judaica, que são as raízes da terceira alienação: a da grande e final apostasia do mundo «cristão».

Esta alienação ocorre hoje na «perfídia» dos incubadores do «vírus» modernista, de que foi portador Roncalli, para inoculá-lo no tecido da Igreja. Como um inseto pode ser portador de uma doença que inocula nos homens, a transmissão de certas idéias pode ser pior do que uma doença do corpo: afeta as consciências. A comparação parece rude? Não foi assim, por exemplo, com as idéias de Lenin e de Hitler?

Pois bem, à periculosidade das iniciativas de João 23 aludiu um dos mais célebres vaticanistas, o conde romano Fabrizio Sarazani, que sobre esse pontificado e suas conseqüências disse: “… o sinal deixado por Roncalli na história da humanidade supera de muito o impresso pelos Lenins e Stalins. Se estes liquidaram alguns milhões de vidas, João XXIII liquidou dois mil anos da Igreja católica” (NR, p. 49).

Se a citação parece interna aos adidos do Vaticano, eis outra do literato mundano, o inglês Anthony Burgess, autor do tema da «Laranja Mecânica» que, retratando Roncalli no seu romance «The earthly powers» ([2]), explicou que ele, por causa de seu pelagianismo anticristão, foi mais perigoso do que Hitler. Trata-se de localizar «causas» do mal que reside em idéias mesmo de aspecto religioso, que levam à agonia do Cristianismo no nosso tempo. Esta é evidente, mas não a sua causa, ligada a algo que assume forma de profetismo evocando sinais dos tempos, alheios à espiritualidade humana, mas afins à utopia da evolução ilimitada do homem.

Assim, a débâcle da Idéia cristã no mundo ocidental, no qual serpeia o new age ligado à nova ordem de reconciliação global ecumenista, é efeito da utopia religiosa modernista de marca gnóstica, usada pela Maçonaria para impor «liberdades» em vista de se substituir à Ordem cristã. Eis o programa do profetismo ecumenista que corrói a Cristandade para satisfazer a necessidade de um mundo globalizado. Nele prevalece o «centro noaquita» planeador da «fé» humanitarista que aliena o Evangelho de Jesus Cristo! E, visto que toda crise na terra reside na subtil diferença entre a íntima liberdade das consciências, criada por Deus, e a «outra» liberdade de consciência em foro externo, ideada pelo «centro» da revolução anticristã, mas sempre condenada pelos Papas católicos, havia que obter e festejar ao máximo os «papas» modernistas, que são os falsos cristos aplaudidos pelo mundo contra os quais nos preveniu Nosso Senhor mesmo.

Chegamos assim a um festim extremo, enquanto o Brasil se debate com uma infiltração pagã acelerada e com todos os enganos internacionais da ONU, através da UNESCO e UNICEF para introduzir o aborto no País, o governo socialistoide recebe calorosamente Bergoglio para falar de tudo menos dessa iminente ameaça. Ele troca beijos e abraços com a Dilma Rousseff, que vai assinar esse ato ofensivo à Lei natural e divina. O fato desse «papa» não ter-se ocupado dessa questão principal fornece uma ulterior prova, se essa ainda fosse necessária, que de autoridade católica e apostólica, Bergoglio não tem nada, pelo contrário, só representa um seu sinistro simulacro, para a perda de multidões de vidas e de almas.

O cartaz acima que pede ao pai que defenda a vida dos filhos por nascer, tem uma espantosa resposta: não havia nenhum «papa» para ocupar-se disso!

O Papa Católico com todo o seu séquito fiel foi «eliminado» por um longo tempo, como ficou claro na visão do Terceiro Segredo de Fátima, mais clara em 1960. A profecia de Nossa Senhora de Fátima que se realizou na história de nosso tempo de geral apostasia, a pérfida apostasia de crer e endeusar quem traz um outro evangelho, modernista, ecumenista e à serviço do mundo inimigo de nosso adorável Deus e Senhor.

[1]  – Gramsci, António, Avanti!, e Sotto la Mole, 1916-20, Einaudi, Turim 1960, p. 148.

[2] – Entrevista ao «O Estado de São Paulo», 10.1.1982.

Finalmente …

Parece que finalmente conseguimos superar as dificuldades do site e vamos retomar as actividades. Deo gratias.

«IDENTIKIT» DO ANTICRISTO NO VATICANO

 

Arai Daniele

A decadência do mundo contemporâneo é geral e profunda, atinge todos os campos a todos os níveis: da família ao estado, da justiça à política. Onde não há guerras iníquas há violência e corrupção infrene. Convive-se com a imoralidade e o delito. Nunca a autoridade foi tão necessária; nunca tão ausente. Jamais houve controles tão potentes, jamais tal desgoverno. No plano dos fatos a tentação moderna a substituir a ordem natural por uma nova ordem redunda num descalabro: não há mais como recorrer a poderes humanos para conter desordens nacionais e massacres internacionais. Negada a origem divina da ordem e da autoridade nas consciências, a sociedade humana não é mais livre, mas degrada-se.

– Quando não há Deus, tudo é permitido –

Como a degradação descrita tem origem espiritual e incrementou-se em modo exponencial na épocas da revoluções e na nossa época em especial a partir dos anos Sessenta na Igreja, aqui há que reafirmar sua natureza de extremo castigo anunciado; castigo que se manifesta na falta de uma autoridade que seja guia para o bem das consciências e freio para o seu desvio no mal; o que define a Autoridade universal Católica. Mas trata-se de situação muito pior do que uma simples ausência; trata-se da adulteração de sua presença.

Qual a relação causa-efeito entre a fé em Deus e a desordem social?

O bem do ser humano e de sua sociedade é conexo com sua razão de ser: com o seu princípio e fim. Como poderíamos conhecer o nosso bem durável, desconhecendo o nosso fim último? E como poderia o bem da sociedade humana ser alheio ao fim último de seus membros? Os homens podem distinguir um bem de um mal imediato, mas não podem conhecer por si mesmos o próprio bem permanente, ligado ao fim da vida humana. Eis que precisamos do Logos, do Princípio de todo conhecimento, para discernir o nosso fim último e acolher o bem e afastar o mal para que a sociedade humana se governe na certeza da justiça.

Ao ignorar pois a existência da Verdade absoluta, o Princípio de todo bem, o homem se priva do essencial para a distinção entre o bem e o mal, e torna mendaz sua detecção do mal que, como uma infecção na vida humana, se alastra causando crises de consciência morais e mentais que degeneram numa desordem universal de desfecho letal para a sociedade. Tudo isto foi dito para lembrar que as consciências devem ser formadas na Verdade. É esta a missão da Igreja, transmitindo a revelação recebida. O contrário è a ilusão da consciência autônoma.

Sim porque a verdade e os princípios são perdidos antes de tudo, nas consciências, justamente numa rebelião das consciências, que julgam podem atingir a verdade e distinguir a raiz mesma do bem e do mal por si mesma. Assim, a partir da sua consciência o ser humano pode seguir direções opostas: a direção da Ordem revelada, ou de uma liberdade desvinculada do Bem. Mas o livre arbítrio humano, tem um vínculo crucial na mesma consciência, visto que não há quem ignore que à própria liberdade não corresponde um proporcional conhecimento.

Isto significa a liberdade de fazer aquilo de que não se conhecem as últimas conseqüências. Por isto, o homem, criado livre, precisou desde o início ter uma norma indubitável gravada na consciência. Esta, ao mesmo tempo que indica o seu fim transcendente, está vinculando a sua liberdade no bem. Isto é descrito no livro da Gênesis (2, 15-17)

– O Senhor Deus colocou o homem no paraíso de delícias, para que o cultivasse e guardasse. E deu-lhe este preceito, dizendo: Come de todas as árvores do paraíso, mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; porque, o dia que comeres dele, certamente morrerás -. Os elementos da formação das consciências estão todos aí. O seu motor é a felicidade, dada para ser cultivada e guardada segundo a Palavra divina. Esta é o alimento da vida espiritual diante de cujo bem o homem é livre em tudo menos que julgá-la um mal. Este seria um juízo contrário à vida, de auto-demolição de seu fim e portanto de morte.

Também os elementos para o desvio das consciências estão todos ai; os mesmos alterados. A felicidade assume as feições do prazer concupiscente da carne, do possuir e do dominar, como deuses. A liberdade é aplicada ao comércio e à criatividade no mal, na ilusão da autonomia da Palavra divina; da impossível conciliação dos contrários. Isto leva a consciência ao devastador engano de equiparar o mal com o bem e a colher, pelo abuso culposo da liberdade, frutos do mal. Eis que as consciências seguindo falsas direções, condicionam a História da humanidade.

Então voltamos à questão acima, da necessidade para o bem dos indivíduos e das sociedades de quem guie no bem transcendente ao homem, e afaste, freando a atração ao mal. E a falta desse guia e desse freio, que São Paulo escrevendo sua segunda Carta aos Tessalonicenses, deu o nome de «obstáculo» (katéchon), é o pior mal. De fato, tirado do meio o obstáculo ao mal, este será substituído por quem se faz deus: o anticristo, para operar a «abominação da desolação». Nos tempos cristãos entendeu-se que tal «obstáculo» transcendental ao mal das sociedades era o representante de Jesus Cristo; o Papa. O Vigário de Cristo é o único homem investido do poder para constituir barreira ao mal operado pelo Anticristo!

A ordem humana é ligada diretamente à Palavra do Criador. Só no Verbo divino tudo encontra sua razão de ser, sua ordem e seu bem. Eis a ordem do Ser, em que se reconhece que o ser humano com sua consciência provem do Ser divino como todo efeito de uma causa; do Princípio que revelou o Seu nome como origem e fim de todo ser e portanto de todo conhecimento, dizendo: Eu sou Aquele que è (Êx 3, 14). Mas nisto vai inserir-se a rebelião à dependência natural ao Verbo criador; a consciência que, na sua ânsia de poder criar com o pensamento, quer a liberdade de auto-criar a sua razão de ser. E aqui se insere a «revelação»  do espírito do mal cujo sussurro insinua que somente no mal o homem se emancipa!

Eis o engano da liberdade que pretende julgar o bem e o mal, livre de todo vínculo divino; sem a «humilhação» de uma dependência; é o termo revolucionário da «liberdade de consciência». Não mais a liberdade das consciências, predicado humano dado por Deus ao homem criado à Sua Imagem e semelhança, mas uma liberdade de consciência autônoma e individual, que vai ser exercida para impor verdades que dita, como fizeram os líderes de atrozes ideologias.

É necessário fixar bem este ponto crucial porque dele irradiam todos os impulsos humanos para a domínio do mundo material, da ciência e da existência segundo a religião do homem que se faz deus, opondo-se ao Deus ‘tirano’ que se fez homem. Neste ponto se unem todas as rebeliões pessoais e revoluções sociais, toda religião humana e fraternidade maçônica, todo saber e arte nascidos do naturalismo, racionalismo e existencialismo filosófico; por fim, até um novo «cristianismo» retocado para animar uma união religiosa para uma nova ordem mundial.

Com isto foi traçado o «identikit» do Anticristo; promotor da liberdade de consciência. Se o faz desde a Sede suprema do Pontífice apostólico, constituído por Jesus Cristo justamente para vincular à Palavra divina, estamos diante da maior abominação, só possível no maior engano. E hoje, ainda no mundo não se vê a gravidade dessa extrema impostura, que faz com que a guia espiritual dos povos, que seguem e ouvem quem tem o poder das chaves – o papa – desvincule da Palavra divina para demonstrar a liberdade de consciência que leva à liberdade de Religião.

Era a meta de toda revolução maçônica e liberal, introduzida sorrateiramente na Igreja por Roncalli, João 23. Um momento tremendo para toda a História humana, dos quais só dois foram os momentos culminantes dessa recusa rebelde da Palavra divina, o que deve fazer reconhecer sua imensa gravidade: o da transgressão original de Adão e Eva, que causou a queda do ser humano, para cuja redenção houve a Encarnação e a Paixão do Verbo de Deus. Mas a grande parte do Povo eleito para esse acolhimento recusou recebe-Lo. Era a segunda recusa histórica, que precedeu o terceiro momento abissal, o mais grave, pois a Igreja e o Papa existem para essa obra de Redenção de Jesus Cristo, mas em seu Nome declara-se o direito à obra de rebelião do Anticristo, das precedentes recusas.

Pode-se ilustrar em abundância a gravidade da recusa ecumenista de “uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja Católica e Apostólica”, que são palavras de Nossa Senhora de Fátima para lembrar a unicidade de nossa Religião, mas com a grande apostasia essa Fé é perdida. Daí seguir a falsa religião conciliar e seus falsos papas, de João 23 a Bergoglio, passa a ser natural para multidões que amam esse mundo das verdades relativas, perseguidor da unicidade que define a verdadeira Igreja. “A última perseguição revestirá o aspecto de uma sedução.” (Père Emmanuel). Parecerá uma conquista da liberdade, igualdade e fraternidade.

Eis como o Papa Pio VII a definiu nos dias da revolução napoleônica, o que previu como pior conseqüência da revolução francesa: “Sob a igual proteção de todos os cultos, esconde-se e disfarça-se a mais perigosa perseguição, a mais astuciosa que seja possível imaginar, contra a Igreja de Jesus Cristo e, infelizmente, a melhor combinada para nela lançar a confusão e mesmo destruí-la, se possível fosse às forças e astúcias do inferno prevalecer contra ela”.

Parecia previsão da abertura da Igreja ao liberalismo, que dando livre curso ao erro, persegue a única antagonista que lhe se opõe: a Verdade. Eis o que fez a declaração da Liberdade Religiosa aprovada pelo Vaticano 2, e cujas referências estão na «Pacem in terris» de João 23. Temos assim identificados os piores perseguidores internos da Igreja de Deus. Enquanto esta existe instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo para a reparação e redenção da fatal liberdade de consciência dos primeiros pais diante da Palavra divina, estes o proclamam direito humano!

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