Pro Roma Mariana

Sedevacantismo Portugal.

Monthly Archives: Fevereiro 2024

Uma nova missão

Em Maio de 2023 começou uma Missão Catolica Non Una Cum na Galiza, em A Guarda.

Esta Missão é organizada por um paroquiano Galego, chamado Gabriel e por um Seminarista Esoanhol do MHT do Mons. Sanborn, Jose Santos Casas. O grupo do Bispo Sanborn segue as rúbricas do São Pio X.

O Padre que atende os sacramentos ao pequeno grupo de Fiéis é o Sr. Pe. Damien Dutertre. Ele fala também Inglês.

Este é o perfil do Grupo na rede social X:

O Sr. Pe adere à Tese de Cassiciacum, mas os fiéis são livres da sua interpretação, desde que esta não incorra contra a fé ou a doutrina da Igreja. A missão não tem como propósito disputas de opiniões e é aberta a todos os católicos que não estejam em comunhão com o falso papa e a religião modernista.

Linguagens litúrgicas: latim

Anteriormente, discutimos a importância de uma linguagem litúrgica. Vamos recapitular alguns aspectos disso. O latim e o grego bíblico têm as seguintes vantagens:
1) Precisão filosófica: filosofia está para a teologia como a matemática está para a física, por isso é importante não só na teologia, mas também na liturgia. Lembre-se, lex credendi legem statuit supplicandi, aut lex orandi lex est tamen credendi, de modo que a liturgia está intimamente relacionada com a teologia.
2) Como línguas mortas, não evoluem; portanto, podem-se manter os mesmos textos praticamente para sempre. Considerando que as línguas vivas evoluem, se se mantiver os textos inalterados, algumas palavras mudam de significado. Eventualmente, os textos antigos tornam-se incompreensíveis.
Assim, nas línguas vivas, os textos litúrgicos devem ser constantemente actualizados e, a cada actualização, alguma mudança no significado pode ocorrer. Aqui menciono um exemplo interessante de fundamentalismo “bíblico”: os fundamentalistas americanos apegaram-se à versão de 1611 da “Bíblia” King James. O inglês, como língua, evoluiu desde então, e os textos são cada vez mais difíceis de entender. A dado momento, o inglês da KJB tornou-se uma língua morta como o latim. Alguns semifundamentalistas estão a actualizar o inglês da sua “bíblia”, mas, nesse caso, as mudanças de significado eventualmente podem entrar sorrateiramente. Por isso, a ‘reforma’ deu um tiro no próprio pé.
Se eles não actualizarem a versão, o inglês dela torna-se uma língua morta, como o latim. Se o fizerem, as mudanças de significado infiltram-se, e isso contradiz o seu suposto respeito para com as Escrituras. Portanto, as línguas vivas são problemáticas, e esta é uma das muitas razões pelas quais a “reforma” é uma piada doentia. Pergunto-me como é que não conseguiram ver isto, mas esta não é a nossa questão neste momento.
3) As línguas litúrgicas são meios de unidade: hebraico para o judaísmo, árabe para o islamismo, sânscrito para o hinduísmo e muitos ramos do budismo. Outros ramos do budismo também têm suas próprias línguas sagradas: o balinês é o da Theravada (Tailândia), etc.
Devemos ser inferiores a todas essas religiões por não termos uma língua sagrada?

Antes mesmo do rito romano existir, as missas eram ditas em aramaico (a língua no tempo de Nosso Senhor e a sua língua nativa), hebraico e grego. Havia alguns ritos apostólicos nessas línguas que foram perdidos devido à invasão bárbara do Oriente. Há ritos válidos, lícitos e até veneráveis em aramaico, hebraico e grego, mas de origem posterior. O Rito Pravoslavo, de autoria de SS. Cirilo e Metódio, está na antiga língua eslava, que é a raiz do russo, ucraniano, sérvio, croata, checo e eslovaco. Os papas da época opuseram-se ao rito pravoslavo, mas Cirilo e Metódio venceram o debate.
Cerca de um século depois, o Rito Pravoslavo entrou em cisma. Aqui vemos outra desvantagem de uma linguagem litúrgica viva para a liturgia. Existem outros ritos orientais praticados em línguas vivas: húngaro, romeno e eslovaco, mas eram e continuam sendo pequenas comunidades. Mesmo nos tempos de Nosso Senhor, o hebraico não era uma língua viva, mas eles usavam-na no templo e nas sinagogas. Até Nosso Senhor cantou os salmos em hebraico. Portanto, usar línguas mortas na liturgia é uma prática muito antiga, e até mesmo Nosso Senhor a aprovou enquanto esteve na terra. Depois vieram os ‘reformadores’ para nos ‘esclarecer’. O que faríamos sem eles? Morreríamos estúpidos!

O único rito apostólico a sobreviver é o romano. O latim era a língua das catacumbas. Os ritos sobreviventes mais antigos estão em latim. É por isso que escrevi este artigo: para motivar o estudo do latim. Então, vamos ao cerne da questão.
A teologia sacramental ensina-nos que, se alguém altera as formas sacramentais, comete um pecado de sacrilégio. Se, no entanto, as mudanças não afectarem o significado, o sacramento ainda é válido. Então vamos dar um exemplo disso. A forma certa para a consagração do pão é esta: Hoc ext enim corpus meum. Como podemos reformular isso em latim correcto, mantendo o significado? “Corpus” significa corpo, e é um neutro. O pronome neutro no singular é ‘istud’, ou pode-se usar ‘id’.
Pode-se até omiti-lo completamente, uma vez que o sujeito em latim, ao contrário do inglês, pode ser compreendido. Em vez de ‘enim’ pode-se usar ‘nam’ ou ‘quóniam’, mas, nesse caso, ele tem que observar a ordem. Em muitos casos, a ordem não conta em latim. Em vez de “corpus” pode-se usar “caro” (que significa carne, um substantivo feminino). O próprio Senhor disse que ‘Caro Mea vere est cibus’ (Meu Corpo é realmente alimento). Então, ‘caro’ às vezes se traduz como ‘corpo’, dependendo do contexto. Por ser ambíguo, pode invalidar a forma sacramental, a menos que se especifique o contexto de forma inequívoca. A fórmula sacramental pode, portanto, ser alterada de várias formas.
Nam corpus meum est istud. Quóniam id est Corpus Meum. Quia Corpus Meum est. Quia id est Corpus Meum. Há várias possibilities.
Pode-se igualmente introduzir algumas formas duvidosas:
Quia haec Caro Mea est. Caro Mea est. Nam Heac Caro Caro Mea est enim.
No entanto, se especificarmos o contexto, a ambiguidade desaparece.
Da mesma forma, poderíamos brincar com o ‘accipite et manducate’. Poderíamos dizer ‘tollite et comedite’.
Mas desencorajamos os sacerdotes a serem tão originais na liturgia. Este é apenas um exercício mental.
Espero bem que conseguimos motivar o estudo de latim, numa medida ou outra.

Liturgical Languages: Latin

In the past, we have discussed the importance of a liturgical language.
Let’s recap some aspects thereof. Latin and Biblical Greek have the following advantages:
1) Philosophical precision: philosophy is for theology the same thing as mathematics for physics, so it is important not not only in theology but also in liturgy. Remember, lex credendi legem statuit supplicandi, aut lex orandi lex est tamen credendi, so liturgy is intimately related to theology.
2) As dead languages, they do not evolve; therefore, one can maintain the same texts practically forever. Whereas living languages do evolve, and if one maintains the texts unaltered, some words change their meaning. Eventually, the ancient texts become incomprehensible. So in living languages, the liturgical texts must be constantly updated, and at each update, some change in the meaning might come in.
Here I mention an interesting example of ‘biblical’ fundamentalism: American fundamentalists stick with the 1611 version of the King James ‘Bible’. English, as a language, has evolved since then, and the texts are harder and harder to understand. In some time, the King James Version English becomes a dead language as Latin. Some semi-fundamentalists are updating the English of their ‘bible’, but in that case, changes in meaning can and eventually do sneak in. So the ‘reformation’ has shot himself in the foot. If they don’t update their version, it becomes a dead language, like Latin. If they do, changes in meaning sneak in, and that contradicts their purported respect of the Scriptures. So living languages are problematic, and this is one of the many reasons that the ‘reformation’ is a sick joke. I wonder how they could not see this, but this is not our issue right now.
3) Liturgical languages are means of unity: Hebrew for Judaism, Arabic for Islam, Sanskrit for Hinduism, and many branches of Buddhism. Other branches of Buddhism have their own sacred languages too: Balinese is the one for Theravada (Thailand), etc. Should we be inferior to all these religions by not having a sacred language? 

Before the Roman rite even existed, Masses were said in Aramaic (the language in the time of Our Lord and it’s His native tongue), Hebrew, and Greek. There were some apostolic rites in these languages that were lost due to the barbaric invasion of the East. There are valid, licit, and even venerable rites in Aramaic, Hebrew, and Greek, but of a later origin. The Pravoslavic Rite, authored by SS. Cyrill and Methodius, is in the ancient Slavic language, which is the root of Russian, Ukrainian, Serb, Croatian, Czech, and Slovak. The popes of that time objected against the Pravoslavic rite, but Cyrill and Methodius have won the debate. About a century later, the Pravoslavic Rite went into schism. Here we see another disadvantage of a living liturgical language for liturgy. There are some Eastern rites practiced in living languages: Hungarian, Romanian, and Slovak, but they were and remain tiny communities. Even in the times of Our Lord, Hebrew wasn’t a living language, yet they used it in the temple worship and in the synagogues. Even Our Lord has chanted the psalms in Hebrew. So using dead languages in liturgy is a very old practice, and even Our Lord has endorsed it while on earth. Then came the ‘reformers’ to ‘enlighten’ us. What would we do without them? We would die stupid!

The only surviving apostolic rite is the Roman. Latin was the language of the cathacombs. The most ancient surviving rites are in Latin. This is why I wrote this article: to motivate the study of Latin. So let’s get to the heart of the issue.

Sacramental theology teaches us that if one alters the sacramental forms, he commits a sin of sacrilege. If, however, the changes don’t affect the meaning, the Sacrament is still valid. So let’s give an example of this. The right form for the consecration of the bread is this: Hoc ext enim corpus meum. How can we reformulate this in correct Latin while maintaining the meaning?
‘Corpus’ means body, and it’s a neuter. The neuter pronoun in singular is ‘istud’, or one can use ‘id’. One can even omit it entirely since the subject in Latin, unlike in English, can be understood.
Instead of ‘enim’ one could use ‘nam’ or ‘quóniam’, but in that case, he has to watch the order. In many cases, the order doesn’t count in Latin.
Instead of ‘corpus’ one can use ‘caro’ (meaning meat, a feminine noun). Our Lord Himself has said that ‘Caro Mea vere est cibus’ (My Body is indeed food). So ‘caro’ sometimes translates as ‘body’, depending on the context. Since it’s ambiguous, it can invalidate the sacramental form unless one specifies the context unequivocally.
The sacramental formula can therefore be altered in several ways.
Nam corpus meum est istud. Quóniam id est Corpus Meum. Quia Corpus Meum est. Quia id est Corpus Meum. One can see a very large number of possibilities.
One could similarly introduce some doubtful forms:
Quia haec Caro Mea est. Caro Mea est. Nam Heac Caro Mea. Caro Mea est enim.
However, if one specifies the context, the ambiguity disappears.
Likewise, we could play with the ‘accipite et manducate’. We could say ‘tollite et comedite’.
But we discourage priests to be this original in liturgy. This is only a game of the mind.
I hope we managed to motivate somewhat the study of Latin.

A história duma conversão.

Estámos sempre a pedir os leitores que mandem-nos a história da sua conversão, para intruir os outros. Aí vem mais uma:

Minha história de conversão é provavelmente bastante chata e talvez comum em comparação com a de muitos leitores. Basicamente, durante os primeiros meses da plandemia, quando estávamos a ver tantas loucuras a acontecer, começámos a perceber cada vez mais que o mundo realmente é mau. Ficámos cada vez mais desanimados. Estávamos a participar esporadicamente nos nossos cultos da Novus Ordo devido a fechamentos e mandatos que não desejávamos cumprir.
Durante um almoço com parentes de mentalidade semelhante, fomos convidados para um grupo de estudo bíblico protestante deles. Fizemos esforços para pensar em Cristo com mais frequência, mas ficamos desiludidos com as inconsistências da mentalidade protestante e questionámos como todos eles podiam ter sido “guiados” pelo Espírito Santo em suas várias opiniões. Eu tinha a começar a ouvir podcasts dos conservadores “católicos”. Antes disso raramente tínhamos ouvido qualquer coisa religiosa, e enquanto ouvia o que aprendi mais tarde ser um podcast de R&R, ouvi que eles mencionaram a frase Novus Ordo. Que eu saiba, nunca tinha ouvido essa frase antes.
Pesquisei o termo, e antes que eu soubesse, estava no Novus Ordo Watch, a ler os artigos do P. Cekada e ouvindo seu capítulo a resumir oseu livro “Obra das Mãos Humanas” sobre a nova missa do Vaticano II. Encontrei uma capela através de hiperligações no site do NOW (acho que o Google já criou um localizador Google Maps de missas), e fomos lá, a conferir e conversar com as pessoas. Acabou por ser uma capela CMRI. Éramos tão ignorantes sobre a nossa Fé e todo o que tinha acontecido.
Nós crescemos no tempo de JPII, e era tudo o que sabíamos. Eu e minha esposa não tinhamos frequentado NENHUMA escola “católica” durante a faculdade, mas o termo Novus Ordo era estranho para nós. Acho que alguém me disse desde o início que eles (a seita do Vaticano II) haviam-nos despojado de nosso direito inato, ou algo nesse sentido. Continuámos a aprender sobre a Fé e logo começámos a assistir à Missa regularmente, enquanto nos preparámos para a confissão geral. Acho que isso é a maior parte da nossa história. Se não houvesse o plandemia e o esforço para tornar religião mais importante para nós, julgo que não teríamos sido abençoados com a verdade.

Será que nós, sedevacantistas temos razão?

Uma pergunta que surge frequentemente, principalmente no seio da sociedade apóstata ex-lefebvrista, é: se o sedevacantismo é verdadeiro, como é possível que os 400 padres (mais ou menos) formados no seminário da FSSPX não sejam sedevacantistas? Se entre os sedevacantistas somos apenas uns poucos, a maioria sem formação formal em teologia, como poderíamos estar certos? Já escrevemos vários artigos respondendo a esse tipo de argumento, que podem ser lidos neste blogue. Mas posso dar agora ainda outro argumento que esmaga a posição pró-neo-FSSPX de forma mais eficiente. Sabe-se que, durante a revolta anglicana, a maioria dos bispos entrou em apostasia, com excepção de São João Fisher. O resto dos dissidentes eram leigos e alguns padres. A maioria dos padres acompanhou a revolta. O mesmo aconteceu com o conciliábulo Vaticano 2. Os que acompanhavam não só eram mais numerosos, como também mais eruditos. Portanto, é caso de se responder com uma outra pergunta: como poderia a maioria do clero inglês concordar com a revolta, enquanto os dissidentes eram não apenas menos numerosos, mas menos conhecedores? Isso significa que a revolta anglicana foi uma coisa boa e que os dissidentes estavam errados? E pode-se fazer a mesma pergunta sobre o conciliábulo, para não mencionar a crise ariana.

Novus Ordo Watch

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