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UM «PAPA» PARA A «ORGANIZAÇÃO DAS RELIGIÕES UNIDAS» (ORU) na demolição descrita por Orlando Fedeli

PAZ RELIGIOSA

“Enganam o meu povo, dizendo: Paz! Paz! Quando não há mais paz (Ez 13, 10).

Sinagoglio e Peres

Arai Daniele
 

São João Batista acusou o adultério do rei Herodes e este mais tarde mandou degolá-lo para oferecer a sua santa cabeça a uma perdida. Mas na Bíblia o pior adultério é o da religião.

Hoje vemos o concubinato ecumenista das religiões, que já é empresa, a URI (United Religions Initiative), que breve pode ser oficializada como ORU, Organização das Religiões Unidas.
Será assim o adultério das nações reunidas num abominável concubinato internacional.
A novidade estapafúrdia é que pode ser patrocinada também por um «papa conciliar», Jorge Bergoglio, que com isto completaria um velho plano de empresas sucessivas até a abominação da desolação final.

Neste sentido é interessante rever aqui um artigo de Orlando Fedeli, que vem bem a propósito das etapas sucessivas para 4 «empresas». Agora com a ORU estamos na 5ª. Vejamos.

O «Papa Francisco» exaltou explicitamente o Vaticano 2 e desde logo enviou seus primeiros sinais implícitos acerca de uma sua lealdade a este, que vai além do que se fez até hoje para promovê-lo; vai além da simples liberação ecumenista.

Sobre o futuro das religiões, o seu olhar afunda na história: “Se olharmos para a história, as formas religiosas do catolicismo variariam notoriamente. Pensemos, por exemplo, nos Estados Pontifícios, onde o poder temporal estava unido ao poder espiritual. Era uma deformação do cristianismo. Não correspondia ao que Jesus quis e ao que Deus quer [Ao Reino de Cristo?]. Se, ao longo da história, a religião teve tanta evolução, por que não pensar que, em um futuro, ela também se adequará com a cultura do seu tempo? O diálogo entre a religião e a cultura é chave, já afirmava o Vaticano II. Desde o princípio pede-se da Igreja uma contínua conversão – Ecclesia semper reformanda – e essa transformação adquire diversas formas ao longo do tempo, sem afetar o dogma”. (http://www.ihu.unisinos.br/noticias/518700-o-que-pensa-jorge-mario-bergoglio)

O fato é que Bergoglio não quer apresentar-se aos demais credos religiosos, em especial ortodoxos e anglicanos, como “Vigário de Cristo na Terra”, o único representante de Cristo. Nem quer lembrar a infalibilidade do papa como estabelecido pelo Concílio Vaticano I, de 1869. Como “Bispo de Roma”, da primeira igreja, quer ser um pastor cristão entre irmãos.

“A Teologia da Cultura não se opõe à Teologia da Libertação”. Trata-se naturalmente da cultura ecumenista, aquela dos adultérios conciliares da demolição católica.

«DEMOLIDORES DA IGREJA»

Para conhecer o assunto é interessante ler esse arguto  escrito de Orlando Fedeli com esse título, que analisa um pequeno livro explosivo e hereticamente sincero. Trata-se da obra do Padre J.B. Libânio, S.J. A Volta à Grande Disciplina, Edições Loyola, São Paulo, 1983 (sigla AVGD)

“O que se lê nesse livro é atualíssimo. Dir-se-ia profético, tanto o que nele se lê está acontecendo agora. É um livro escrito com inteligência e em linguagem bem clara. Sem o linguajar brumoso típico dos padres do pós Concilio. Padre Libânio não esconde o que os hereges Modernistas querem fazer, e o que eles fazem hoje: a demolição da Igreja e a tentativa de instaurar uma igreja essencialmente evolutiva, dialética, espiritual e gnóstica. Disso deriva o maior valor do livro: é uma confissão:

A Igreja nessas ultimas décadas assemelha-se a um canteiro de obras, com a originalidade de trabalharem nele, simultaneamente e nem sempre coordenadamente, diversas empresas construtoras. Uma continua a obra de demolição do prédio antigo. Outra tenta roubar-lhe o material para reconstruir, se fosse possível, o mesmíssimo edifício, que fora e está sendo destruído. Outra, por sua vez, com a planta do antigo edifício na cabeça, procura adaptá-lo às novas circunstâncias e empreende a construção. E finalmente, uma quarta empresa busca sua inspiração em outra planta, original e inédita. Trabalha sem saber que tipo de edifício resultará”.( Padre J. B. Libânio, AVGD, p. 107).

«A primeira empresa – a Demolidora — quer destruir a Igreja Católica Apostólica Romana como sempre existiu. Ela é constituída pelos modernistas, que triunfaram no Concílio Vaticano II, e aos quais se referiu Paulo VI, quando falou do misterioso processo de auto-demolição da Igreja. É a empresa dos Rahner, Urs Von Balthasar, De Lubac, Schillibeecks, Congar, Chenu, e, naqueles tempos conciliares, também de Joseph Ratzinger. Mas, evidentemente, Padre Libânio riria se lhe dissessem que nessa ação demolidora há uma atuação diabólica. O diabo não existe para os teólogos stalinistas. E se eles constatassem a sua existência, eles o proclamariam “El Comandante Supremo de la Revolución”.

«Uma coisa, entretanto, é estranha nessa comparação tão cogente: qual a distinção entre a primeira “empresa” – a dos demolidores da Igreja Católica – e a quarta “empresa”, que pretende fazer uma nova Igreja essencialmente instável, dinâmica , evolutiva e dialética?

«Padre Libânio escamoteia essa questão. Porque, na verdade, a primeira “empresa” foi a dos Demolidores Modernistas, grandes agentes do Vaticano II, e a quarta é a dos mesmos modernistas, que, finda a demolição, pretenderiam “instituir” — inovar — uma igreja nova, que eles mesmos não sabem como seria ou como será. Só sabem que ela nada teria da Igreja dogmática, fixista, petrificada, isto é, nada teria da Igreja Católica. Demolidores e inovadores somente se distinguem pelas duas funções complementares que realizam em tempos diversos: uns demolem, outros imaginam. Portanto, as quatro empresas descritas por Padre Libânio, na realidade, são apenas três. Por que será que um autor agudamente capaz, como Padre Libânio, fez essa pequena distinção entre os modernistas demolidores e os modernistas sonhadores, distinção que não resiste a uma análise mais séria? Tanto mais que Padre Libânio se confessa adepto do pensamento dialético, e ele sabe que não se pode constituir uma tríade dialética com quatro elementos. A dialética exige uma tese, uma antítese e uma síntese… os defensores da fusão entre Tradição e Letra do Vaticano II (Síntese). Só assim, o esquema dialético teria uma correta aplicação ao caso concreto da Igreja pós Concílio Vaticano II. Será que Padre Libânio, por ódio aos que divergiram da revista Concilium (de Rahner) e fundaram a Communio, (de Ratzinger) por considerá-los traidores, os colocou numa “empresa” distinta, rompendo a unidade da  “empresa” modernista?»

Ora, «como pode um Padre que perdeu a Fé, tratar da Igreja e de sua ação na História, sem fé, ignorando ou negando, ainda que implicitamente, a ação do Espírito Santo em sua vida histórica, é ignorar e negar a ação da Providência na História. Deus sempre atua sobre as almas, mormente na dos Papas, e sempre atua preservando a Igreja para que as portas do inferno não prevaleçam sobre Ela … «alguém pode exagerar essa ação de Deus na História, mas negá-la, de princípio, é contra a Fé. Devemos ter olhos para ver corretamente o que é a autêntica ação de Deus, e distingui-la do que pode ser apenas um nosso desejo. Mas, por princípio, recusar ver que Deus atua na crise atual da Igreja, é bem temerário, e esbarra na heresia. E é onde cai Padre Libânio. »

«A segunda “empresa” – a Restauradora – não se conforma com a demolição da Igreja, e procura de todo modo recuperar partes dela, e restaurar o todo como era. É a empresa dos católicos fiéis a Roma de sempre, que não se limitam à FSSPX, embora Padre Libânio tivesse em mira então especialmente os lefebvistas…

«A terceira “empresa”, ainda pouco clara na época em que o livro foi escrito, — a empresa Renovadora e Conservadora — hoje é constituída nitidamente pelos que seguem a letra do Concílio Vaticano II, pretendendo conciliar a antiga planta da Igreja com as novidades do Concílio.»

Até aqui a previsão trata da tentativa de convencer os católicos com a «hermenêutica da continuidade» de Bento 16. Fato evidente, embora Fedeli ainda não fale disso

«Nesses homens, Padre Libânio vê apenas uma contradição dialética de cunho puramente político. Seriam eles modernistas tímidos e inconseqüentes, que não teriam coragem de tirar as conclusões finais dos princípios que adotaram.

«Finalmente, a quarta “empresa” – a da Teologia da Libertação [segundo aspecto] – a dos que seguem o “Espírito do Vaticano II”, é a dos que querem uma Igreja completamente Nova, sem qualquer ligação com a Igreja Católica de sempre. Ela é formada por aqueles que Bento XVI chamou de [defensores da…] hermeneutas da ruptura. Boffes, Bettos e Libânios, aqui no Brasil, fazem parte dessa corrente, junto com os Cardeais Arns, Hummes, e Aloísio Lorscheider; com os Bispos, Dom Ivo Lorscheider, D. Valentim, Dom Casaldáliga, Dom Thomas Balduíno, Dom Mauro Morelli, etc. Em geral, eclesiásticos adeptos da teologia marxista ou modernista. Na Europa, fazem parte dessa corrente da Nova Igreja os Cardeais Martini, Lehman, Kasper, Daneels e quejandos.

«Se Padre Libânio deixa bem claro que pertence a esta quarta “empresa” de demolição e de imaginação de uma Nova Igreja completamente sem relação com a Igreja Católica, não se compreende como se tolera que ele permaneça dentro da Igreja Católica. Todos esses demolidores só ficam na Igreja para destruí-la. Todos eles deveriam ser excomungados e expulsos imediatamente. É cinismo incrível declararem que pretendem destruir a Igreja Católica e permanecerem nela. É absolutamente inexplicável que as autoridades da Igreja permitam a esse demolidor – Padre Libânio — permanecer na Igreja, demolindo-a sistemática e friamente! E declarando expressamente o que deseja fazer: destruir a Igreja Católica e construir uma outra igreja completamente diferente da Igreja Católica.»

E o Orlando Fedeli perguntava então: «Como nada se faz contra isso? Como nada se faz contra esse Padre que escreveu isso em 1983, e que até hoje permanece em seu trabalho de quinta coluna e de traição? Isso só é possível pela imensa infiltração que a heresia modernista alcançou no clero e na própria Cúria Romana. Prova dessa infiltração – melhor, dessa invasão modernista na Igreja – está patente na resistência dos Bispos Modernistas retardando a publicação do Motu Proprio, liberando a Missa de sempre, que Bento XVI teria assinado, mas que ainda não conseguiu publicar.»

Bem, já então era claro: nada se fez nem se faz contra isso, pelo contrário se fez se faz e será feito a favor disso porque os homens da variação dos pensamentos gnósticos a introduzir na Igreja, galgaram os seus mais altos postos de autoridade, foram convocados para realizar o Vaticano 2 e depois foram eleitos à suprema cátedra para introduzirem o que o filósofo Romano Amerio explica com o incrível eufemismo das «variações da Igreja católica no século XX». Foram eleitos e acolhidos como «papas legítimos» pelo mundo em geral, com a exceção de um reduzido número de fiéis apegados à Fé íntegra e pura. Essa resistência é suficiente para que se saiba que os «papas conciliares» não foram aceitos por TODA A IGREJA, o que já é razão para começar a suspeitar da real invalidez dessas  eleições conciliares só válidas para uma igreja variável. Eis a 5ª empresa de Bergoglio.

Ora, a Doutrina e Liturgia da Igreja não podem variar conforme o tempo e os homens, pois sua essência vem do Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, Verbo de Deus encarnado, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.

Com isto sabemos que essa empresa liderada por quem vai além do demolidor Vaticano 2, não é verdadeira mas falsa, e seu chefe não bispo de Roma, mas de outra, que no livro do Apocalipse é aquela rameira vestida de escalate que se prostitui com os poderosos da terra para erigir essa ORU dos demônios, que com isto pensam vencer Jesus Cristo.

Que hoje e sempre Ele seja louvado, amado e adorado!

5 responses to “UM «PAPA» PARA A «ORGANIZAÇÃO DAS RELIGIÕES UNIDAS» (ORU) na demolição descrita por Orlando Fedeli

  1. Jacob Junho 25, 2015 às 12:45 am

    Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

  2. Roberto Elias Costa Junho 29, 2015 às 12:34 am

    O curioso é a escandalosa contradição de Orlando Fedeli, claramente retratada no caso, mas infelizmente não enfocada pelo articulista. É que, apesar de Fedeli saber que Karol Wojtyla era um dos demolidores da Igreja, ardoroso defensor do Vaticano II e arqui-modernista (vide, a respeito, http://chiesaviva.org/index.php?view=article&catid=36:notizie-flash&id=86:beatificazione-di-giovanni-paolo-secondo&format=pdf), não titubeou em ir ao Vaticano ajoelhar-se e beijar sua mão…E, que, apesar de saber que Joseph Ratzinger, outro arrebentador da Igreja Católica, tinha sido um dos arquitetos do Concilio Vaticano II (no qual foi destacado “periti”), e que era um super-modernista e também intransigente defensor da igreja conciliar, não só o apresentava como “o papa do retorno” , mas defendia suas manobras, como o Motu Proprio e o IBP…Chegou, num vídeo, a afirmar, sobre Ratzinger, que “ele defende a Fé”. Ora, qualquer católico mínimamente informado, que ao menos tivesse lido algum dos livros (medonhos) de Ratzinger sabia que ele não defendia a Fé Católica, mas a doutrina modernista.Quem duvida pode conferir nos livros de Ratzinger ou até nos videos no Youtube (p.ex, vaticanocatolico). Não era possível que o Professor ignorasse esses fatos. Como explicar essa mudança ? Não por acaso, o remanescente de seu movimento reconhece Bergoglio como papa…

    • Pro Roma Mariana Junho 29, 2015 às 1:06 pm

      É justamente por pensar isto sobre todos os «papas conciliares» (ainda não havia o Bento 16), descrito parcialmente aqui pelo Roberto Elias, que o meu amigo Orlando Fedeli RIP, passou a me evitar, aliás cortou comigo, Tratava-se da lamentável, escandalosa contradição do Orlando, já captada por mim nos anos Oitenta. Também a ele eu atribuia a «sindrome da ponte do rio Kwai», isto é do amor pela própria obra acima do objetivo final desta. Isto não impede, porém, que eu lembre algum dos seus bons escritos de lutador, como no caso do «duelo» com o Olavo de Carvalho.

  3. Emilio Scherrer Junho 29, 2015 às 8:46 pm

    No início dos anos 90, lembro que voce Arai visitou o Professor Orlando Fedeli aqui em S.Paulo. Mas nessa época ele já abafava os escandalos de Wojtyla, recusando-se a comenta-los, limitando-se a dar aulas sobre a história da arte, a conquista do Mexico por Cortez, sobre tudo, menos sobre a crise da Igreja…Na ocasião, já me encontrava em processo de afastamento com o Professor Orlando, e devo dizer que, em três anos afastado dele, aprendi mais do que em trinta anos como seu aluno. Permita-me felicita-lo, Arai, pela coerência quanto à questão Fátima, central à situação da Igreja, e pelo excepcional blog verdadeiramente católico.

  4. Roberto Elias Costa Junho 29, 2015 às 8:56 pm

    É certo que no texto original, não se quis comentar a contradição do Professor Orlando, não sendo desconhecida. Porém, agora se trazendo, e com acréscimos valiosos. Sem dúvida, Orlando Fedeli foi de início um valoroso lutador pelo catolicismo, tendo convertido à Santa Igreja centenas de almas. Foi através dele em 1970, aos 13 anos de idade, que conheci verdadeiramente a doutrina da Igreja. Plinio Correa de Oliveira o chamava de “magnífico recrutador”, e com razão. Apesar de, no fim da vida Fedeli ter se afastado do que sempre ensinou, e se aliado de facto à igreja conciliar, aclamando Ratzinger, rezo sempre pela sua alma e sou grato pelo bem que me fez. Mas, é um enorme mistério a mudança de Fedeli. De qualquer forma, o post é perfeito, e a ORU é uma infeliz realidade. Mostrando que não estamos vivendo tempos comums, e a única saída é nos voltarmos para Deus e para a doutrina de Igreja. Voltarmos às verdade básicas da Fé, ao catecismo, à oração.Parabéns pelo excelente blog, sr. Arai, e desculpe a defeituosa redação.

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