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Daily Archives: Abril 9, 2017

A INCINERAÇÃO DOS CORPOS É UMA HERESIA

Alberto Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral

Escutemos o Papa Leão XIII, em passagens da sua encíclica “Exeunte Iam Anno”, promulgada em 25 de Dezembro de 1888:

«Se a alma não é, por natureza, distinta do corpo, e por conseguinte, se com a morte do corpo não há nenhuma esperança de uma Eternidade Bem-Aventurada, POR QUE DEVERÍAMOS NOS SUBMETER ÀS FADIGAS E TRABALHOS PARA SUBMETER OS APETITES À RAZÃO? O sumo bem do homem será então posto no gozo da riqueza e dos prazeres da vida. E como não há ninguém que por instinto e impulso da natureza não vise à felicidade, COM PLENO DIREITO CADA UM DESPOJARIA OS OUTROS, DE ACORDO COM SUAS POSSIBILIDADES, PARA ASSEGURAR-SE O GOZO DA SUA FELICIDADE COM AS COISAS DOS OUTROS. Nem haveria no mundo um poder que tivesse freios tão poderosos para conter as paixões impetuosas; por conseguinte: ONDE É REPUDIADA A LEI SUMA E ETERNA DE DEUS, É INEVITÁVEL QUE O VIGOR DAS LEIS SE ENFRAQUEÇA E TODA A AUTORIDADE ENLANGUESÇA. É consequência inevitável que a sociedade civil se perturbe profundamente, e que cada membro seja levado a uma luta perpétua pela sua insaciável cupidez, uns desejando conseguir os bens desejados – e os outros, conservá-los.

Ora a substância e o eixo da vida cristã consistem em não secundar os costumes corrompidos do século, MAS EM CONTRASTÁ-LOS COM FIRMEZA VIRIL. Isso é o que nos ensinam as palavras e os factos, as leis e as instituições, a vida e a morte de Jesus, “Autor e Realizador da Fé”. Portanto, por quanto o estrago da natureza e dos costumes nos leve para outro lugar, longe da meta, é preciso que corramos com perseverança, para “o combate que nos é proposto”; aguerridos e prontos com aquela coragem e aquelas armas, com as quais Ele “em vez da alegria que Lhe foi proposta -sofreu a Cruz”(Heb 12, 1-2). Portanto, vejam e compreendam os homens, o quanto está afastado da Profissão de Fé Cristã, seguir, como se faz hoje, toda a sorte de prazeres, e fugir das fadigas, companheiras das virtudes, e nada recusar a si mesmo daquilo que com prazer e delicadeza alicia os sentidos. “Pois os que são de Cristo crucificaram a sua carne com os seus vícios e paixões”(Gl 5, 24). Daí deriva que não são de Cristo os que não se exercitam nem se acostumam a sofrer, desprezando as molicíes e a volúpia. O homem, pela Bondade Infinita de Deus, foi restituído à esperança dos Bens imortais, dos quais tinha decaído; mas não os pode conseguir a não ser PERCORRENDO OS PASSOS DE CRISTO, MEDITANDO SEUS EXEMPLOS, CONFORMANDO A ELE O CORAÇÃO E OS COSTUMES. PORTANTO, ISSO NÃO É UM CONSELHO, MAS UM DEVER, E NÃO SÒMENTE PARA AQUELES QUE ABRAÇARAM UM GÉNERO DE VIDA MAIS PERFEITO, MAS PARA TODOS, “TRAZER EM NOSSO CORPO A AGONIA DE JESUS”(II Cor 4,10). (…)

Quanto à fadiga que é sustentada nessa luta, é compensada além dos Bens Celestes e Imortais, também por outras grandes vantagens, cuja primeira é que, regulados os apetites do homem, restitui-se muitíssimo à natureza da sua dignidade primitiva. Com efeito, o homem foi criado com esta Lei e esta Ordem: Que a alma domine o corpo, e a cupidez seja governada pela razão e pelo bom senso. Disso deriva, que o não entregar-se às paixões tirânicas, SEJA A LIBERDADE MAIS SUBLIME E DESEJADA.»

 

É frequente escutar, mesmo em ambientes da Tradição, que a cremação dos corpos é pecado mortal; sem dúvida que o é, todavia antes de o ser, É UM PECADO CONTRA A FÉ. Há pessoas que, por paixão e fraqueza, cometem adultério, mas que, de Direito e por Fé Teologal, continuam a acreditar na indissolubilidade do matrimónio e na gravidade mortal do mesmo adultério – SÃO IMORAIS, MAS NÃO AMORAIS! Outras pessoas haverá, porém, que cometem esse mesmo pecado de adultério, não por fraqueza, mas por convicção anti-religiosa, sendo, nesse caso – AMORAIS!

Não é difícil concluir, que a própria natureza do procedimento da cremação exclui por definição a paixão e a fraqueza moral; é algo pensado, premeditado, calculado, e nesse quadro conceptual, só pode ser efectivado por convicção anti-Católica muito bem estabelecida e nutrida, a qual exclui, não apenas a Virtude da Caridade Sobrenatural, mas a própria Virtude da Fé informe.

A Sã Filosofia, o Direito e a Lei Natural, já excluem à partida o hábito da cremação dos corpos, salvo em caso de epidemia, situação esta que já se não coloca em grande parte do mundo. Um tal hábito, que já se consolidou na zona da Grande Lisboa, só pode fluir de uma mentalidade, consistentemente, fèrreamente, materialista, ou então, na maioria dos casos, de mentalidades que se deixaram mimetizar pelo materialismo reinante. Não olvidemos, que a grande maioria das pessoas não possui convicções formais próprias, antes se mimetiza, automàticamente, mecânicamente, pela representação momentaneamente mais forte. Consequentemente, só podemos prever que essa ominosa prática se generalize também em todo o Portugal – como já aconteceu no norte da Europa, e está prestes a acontecer em Espanha e França – com a propaganda das Agências funerárias e a progressiva construção de mais fornos crematórios. As pessoas pensam que as chamadas “cinzas” que podem levar para casa, são realmente cinzas, mas não, são os restos dos ossos, por vezes bem individualizados, que são moídos numa máquina. Mas que pena que os responsáveis funerários não permitam que as pessoas espreitem pelo óculo do forno! É horrível! E que ruído meu Deus!  Talvez assim se lhes acabasse o macabro negócio?!

São contudo perfeitamente admissíveis, as sepulturas em que o processo biológico de degradação é simplesmente acelerado por agentes químicos.

A nunca suficientemente amaldiçoada seita conciliar, que É UMA SUCURSAL DA MAÇONARIA INTERNACIONAL, legalizou a funesta prática da cremação, agindo, como já se afirmou, não apenas contra a Fé Teologal, mas ainda contra o próprio Direito Natural. Efectivamente, a cremação dos corpos, oriunda que é do agnosticismo e do ateísmo, A ELES CONDUZ, IRREVOGÀVELMENTE, E QUASE SEM SE DAR POR ISSO. Exactamente por isso, a questão da cremação, ou não, dos corpos, não é, de modo algum, objecto do Direito Disciplinar Eclesiástico – É UM ARTIGO DE FÉ! LOGO, INTEGRA-SE NO DIREITO DIVINO SOBRENATURAL!

O corpo humano não constitui uma mera função animal, porque está destinado a subsistir PELA ALMA ESPIRITUAL E APENAS NELA. E não se afirme, monstruosamente, que após a morte, os despojos humanos podem ser equiparados aos dos animais; PORQUE EMBORA ONTOLÒGICAMENTE SEPARADOS, CORPO E ALMA PERMANECEM NUMA RELAÇÃO TRANSCENDENTAL. EMBORA SÓ DEUS POSSA OPERAR QUE A ALMA REVIVA O FENÓMENO VITAL COM A UNIDADE ORGÂNICA QUE TRANSCENDENTALMENTE LHE CORRESPONDE. Neste enquadramento, o cadáver humano é uma “RES SACRA”. E os cemitérios devem ser perfeitamente equiparados às igrejas, como lugar sagrado onde repousam os membros de Nosso Senhor Jesus Cristo; o cânon 1206 do Código de Direito Canónico de 1917 estipula: “A Igreja Católica tem direito a possuir cemitérios próprios”. Nos cemitérios católicos não se podem sepultar os infiéis, ou os excomungados, depois de sentença condenatória ou declaratória (cânon 1172 §4). Se por engano se procedeu a tal inumação, o cadáver deve ser retirado antes da respectiva reconciliação (cânon 1175).

Complementarmente, o cânon 1203 reza assim: §1 “Os corpos dos fiéis defuntos devem sepultar-se, reprovada a sua cremação.

  • 2 Se alguém mandar, sob qualquer forma, que o seu corpo seja cremado, é ilícito cumprir essa vontade; e se tal constar de algum contrato, testamento, ou outro, tenha-se por não expressa.” Além disso pelo cânon 1240 do mesmo Código, todos aqueles que tiverem ordenado a cremação do seu cadáver são excluídos da sepultura eclesiástica.

Nada disto nos deverá surpreender, porque a Santa Madre Igreja, é Igreja militante, que somos nós aqui na Terra, é Igreja Padecente, que são as almas do Purgatório, e é Igreja Triunfante, constituída pelos eleitos do Céu. Evidentemente que é Igreja dos vivos e dos mortos; o que a morte é para a Terra, constitui na realidade a Porta do Céu, a Porta da Eternidade Beatífica, para os Santos. SÓ OS CONDENADOS ESTÃO REALMENTE MORTOS!

Bastaria a referida autorização da incineração, concedida numa época e numa zona geográfica em que já não há epidemias que a justifiquem, bastaria essa nefanda autorização, para ostentar a usurpação da face humana do Corpo Místico pela maçonaria internacional. Depois da promulgação do hediondo princípio da liberdade religiosa, e do aniquilamento do Santo Sacrifício da Missa, não duvidemos, que foi esta repugnante autorização da cremação a realidade que mais ofendeu a Deus e assassinou as almas.

Em todas as civilizações se verifica que a descrença na simples imortalidade da alma, é directamente proporcional à prática da cremação. Os antigos egípcios, firmemente crentes na vida pessoal além túmulo, foram dos povos que mais desenvolveram as técnicas de preservação e embalsamamento do cadáver. Mesmo com contornos filosóficos e teológicos errados, alguma crença na sobrevivência pessoal da alma – AFASTA DA CREMAÇÃO!  

Com o ingente crescimento da impiedade, sobretudo a partir do século XVIII, inflamou-se, no mundo Ocidental, a propaganda da cremação. Em Portugal, o primeiro forno crematório foi inaugurado em Lisboa, em 1925, curiosamente por iniciativa de um vereador chamado “Queimado”. Mas só nos últimos vinte anos se processou o extraordinário desenvolvimento dessa prática infame.

POSSAMOS ENVIDAR TODOS OS ESFORÇOS PARA DEMONSTRAR A MAIOR REPULSA TEOLÓGICA E FILOSÓFICA PELA PRÁTICA DA CREMAÇÃO, RECUSANDO, SEMPRE QUE POSSÍVEL, A NOSSA ASSISTÊNCIA, E OSTENTEMOS CONCOMITANTE AMOR RELIGIOSO E MORAL PELAS PRÁTICAS FÚNEBRES TRADICIONAIS.

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Lisboa, 1 de Abril de 2017

Alberto Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral

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