O GOLPE DE MESTRE DE SATANÁS CONSISTE EM SEMEAR A DESOBEDIÊNCIA À TRADIÇÃO ATRAVÉS DA «OBEDIÊNCIA»

 

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FÉ E OBEDIÊNCIA

Alberto Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral

Ensina-nos Deus Nosso Senhor na primeira Carta de São Pedro:

« Rejubilai à medida que fordes tomando parte nos sofrimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, para que vos alegreis quando a Sua glória se manifestar. Felizes de vós se sois ultrajados pelo Nome de Jesus Cristo, porque então o Espírito da Glória, que é o Espírito de Deus, repousa sobre vós. Que nenhum de entre vós sofra como homicida, ladrão ou malfeitor, ou como tendo cobiçado os bens de outrem. Mas se sofre como cristão, que não se envergonhe nunca; antes glorifique a Deus por esse nome.

Porque é chegado o tempo em que Deus começará o seu julgamento. E se começar por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao Evangelho de Deus? E SE O JUSTO A CUSTO SE SALVA, O QUE VIRÁ A SER DO ÍMPIO E DO PECADOR? Que aqueles que sofrem segundo a vontade de Deus, confiem as almas ao fiel Criador – praticando o bem.»  (1ª Ped 4, 13-19)

E nos Actos dos Apóstolos:

«IMPORTA MAIS OBEDECER A DEUS DO QUE AOS HOMENS» (Act 5,29)

O conceito de obediência insere-se, necessàriamente, na mais profunda e ordenada hierarquização dos seres e dos fins. Tudo o que Deus criou é hierárquico.

A Ordem Providencial actua suavemente, subsidiàriamente; cada ente, ou classe de entes, racionais ou não, possui determinada função, que deverá realizar por si, com as suas próprias faculdades, com os seus recursos. Ontològicamente, não há entes inúteis. Ordem significa precisamente a IMPOSIÇÃO DUM PRINCÍPIO TELEOLÓGICO DE UNIDADE À DIVERSIDADE. Ora o mundo é anàlogamente constituído pelos entes mais variados, todavia é essa mesma analogia que faculta aos entes, racionais ou não, um SENTIDO DE UNIDADE DETERMINADO EM FUNÇÃO DUM FIM.

Por isso mesmo também existe na Criação uma PLURALIDADE HIERARQUIZADA DE FINS.

Todas estas noções reconduzem-se e SUBLIMAM-SE na Lei Eterna, PRINCÍPIO DE ORDEM PROVIDENCIAL EM TODA A NATUREZA CRIADA OU POSSÍVEL.

Não se deve pensar que o referido princípio hierárquico de ordem seja de existência contingente, como se Deus tivesse podido criar prescindindo dele. Não. Tal princípio É METAFÌSICAMENTE NECESSÁRIO. Prescindir de tal princípio consubstancia uma contradição formal.

Mesmo os homens vivendo na maior miséria religiosa, intelectual e moral, nunca prescindem duma certa ordem, sem a qual a vida se torna impossível. Sem disso se aperceberem vão buscar essa ordem à Lei Eterna, PARTICIPANDO ASSIM MATERIALMENTE DA LEI ETERNA.

O Cardeal Cerejeira dizia há quase cem anos: «A civilização actual, que morreria do que afirma, continua a viver daquilo que nega».

O CONCEITO DE OBEDIÊNCIA É ASSIM ESSENCIALMENTE SUBORDINADO À VERDADE NATURAL E SOBRENATURAL.

Efectivamente, como já se afirmou, toda a ordem consubstancia a imposição dum princípio de unidade, logo dum princípio de ser, à diversidade, segundo determinada finalidade; a obediência deve moderar a operatividade dos entes racionais, unificando-a, NÃO SEGUNDO QUALQUER FINALIDADE, MAS ESSENCIALMENTE EM RELAÇÃO À VERDADE.

Se não houvesse pecado no mundo, nem original nem actual, também não haveria necessidade de qualquer tipo de coacção para moderar a actividade humana. Todos os homens obedeceriam espontaneamente, ordenadamente, prazenteiramente, à Lei Divina natural e sobrenatural; existiria uma só inteligência e uma só vontade, essencialmente ordenadas à Verdade e ao Bem.

A obediência constitui pois um meio e não um fim em si mesmo.

Na exacta medida em que a Fé, a Esperança e a Caridade; as virtudes Cardeais: Força, Temperança, Justiça e Prudência; os Dons do Espírito Santo,  elevam e estabilizam sobrenaturalmente a alma na Verdade e no Bem; então, necessàriamente, processar-se-á na mesma alma uma atitude geral de moderação de vida que se traduz na pronta obediência às autoridades civis e religiosas rectamente constituídas, justamente então consideradas REPRESENTANTES DE DEUS, e mediante as quais, HIERÀRQUICAMENTE, a alma se integra na vontade providencial de Deus, segundo o seu estado. Ora não pode haver maior felicidade sobrenatural do que cumprir a santíssima Lei de Deus.

A maçonaria, INIMIGA DE DEUS E DOS HOMENS, no seu hediondo ataque ao Corpo Místico, com astúcia diabólica, não pretendeu destruir MATERIALMENTE a sã Doutrina, MAS SIM RELATIVIZÁ-LA SUBLIMINALMENTE; concomitantemente absolutizou a obediência como um fim em si mesmo. Neste quadro conceptual a maçonaria assegurou-se de que a Santa Madre Igreja (na sua face humana) se destruiria a si mesmo pela via da obediência. E isto é tanto mais verdade quanto até almas muito piedosas não conseguem resistir à fatal armadilha; protegendo sempre as “legítimas autoridades” com a sua boa fé, vão assimilando subliminalmente o veneno modernista, até que o significado verdadeiro desse veneno é INTEGRADO na inteligência – e perdem a Fé, quase sem dar por isso.

Assinalemos igualmente a miséria religiosa, intelectual e moral dos dirigentes da Fraternidade São Pio X, os quais já se tornaram cúmplices deste plano diabólico do absolutizar da obediência, bem como da inoculação subliminal do modernismo.

De novo clamamos para que a parte ainda sã da Fraternidade extermine a terrível praga que a invade, ENQUANTO É TEMPO, e o mais VIGOROSAMENTE POSSÍVEL.

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Lisboa, 13 de Julho de 2013