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A UNIDADE METAFÍSICA ENTRE A MORAL E O DOGMA CATÓLICO: a confusão entre a ordem sobrenatural e a ordem natural é constitutiva do adultério religioso e de toda apostasia

Assis 2011

Alberto Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral

Em Deus Bendito não encontramos a unidade, mas a unicidade. Nos entes criados puramente espirituais, os Anjos, cada um deles constitui por si só uma espécie, assim concentrando uma altíssima perfeição e uma imutabilidade natural em alto grau; na realidade os anjos de espécies mais perfeitas pràticamente só estão em potência para a elevação à Ordem Sobrenatural. Mas nos anjos encontramos unidade, porque podem ser conceituados em unidades unívocas, possuindo essa unidade um fundamento plenamente objectivo.

Nos homens, compostos de corpo e alma, são os indivíduos que demonstram e actualizam toda a riqueza da espécie, é a matéria que confere à forma a possibilidade de se desenvolver em toda a sua fecundidade. Neste quadro conceptual se compreende a muito maior potencialidade do ente racional corporal, e consequente maior mutabilidade e limitação na perfeição.

Estes conceitos aplicam-se a toda a criação. Mas Deus Bendito nem no conceito, nem na realidade, pode ser unívoco com a criatura. Só se pode aplicar a analogia. Por isso em Deus só pode haver unicidade.

Na analogia encontramos o fundamento de toda a nossa perfeição natural, bem como a potência obediencial, a capacidade de sermos elevados à Ordem Sobrenatural, de forma totalmente gratuita, mas necessàriamente obrigatória.

Se pudéssemos merecer a elevação ao estado Sobrenatural, então já não seria nada sobrenatural, mas apenas uma ilusão demoníaca.

PensadorA CONFUSÃO ENTRE A ORDEM SOBRENATURAL E A ORDEM NATURAL É CONSTITUTIVA DE TODA A APOSTASIA. Efectivamente, a Ordem Sobrenatural reside infinitamente acima da ordem natural; por isso tem de ser totalmente gratuita.

Já pensámos o que significa ser admitido na Família da Santíssima Trindade por toda a eternidade? Conhecermos a Deus Uno e Trino como Ele Se conhece; amá-l’O como Ele Se ama; gozá-l’O como Ele Se goza? E tudo isto pela Graça Santificante, semente de Eterna Glória; por ela somos acidentalmente Aquilo que Deus Uno e Trino É no plano substancial. A Graça Sobrenatural permanece na Eternidade, bem como os Dons do Espírito Santo; mas então ser-nos-á também necessário o LUME DA GLÓRIA, hábito sobrenatural na inteligência, imensamente superior à Fé, a qual ele substitui, tornando a alma capaz da visão beatífica; mediante esta contemplaremos a Deus sem qualquer intermediário objectivo, sem qualquer espécie que não constitua a própria ESSÊNCIA DIVINA.

Existe uma profunda analogia entre as realidades naturais e os mistérios sobrenaturais. Nem poderia ser doutro modo, na exacta medida em que a Revelação constitui a intervenção positiva de Deus na História humana, ilustrando-a com o lume da Sua Verdade Providencial. EM DEUS NADA HÁ DE ARBITRÁRIO. Tudo está metafísica e teològicamente ordenado pela LEI ETERNA.

OS MISTÉRIOS SOBRENATURAIS SÃO DOGMA E SÃO MORAL. O SER E O OPERAR SÃO DISTINTOS, MAS NÃO PODEM SER SEPARADOS.

São Tomás, na sua Suma Teológica distinguiu, mas não separou, o Dogma e a Moral; tal como distinguiu, mas não separou, a Teologia da Filosofia.

O dinamismo dos entes reflecte a tensão neles existente ( essa tensão é inversamente proporcional ao seu grau de perfeição) entre o seu ser, necessàriamente circunscrito pelos limites da sua essência, e o SER sem limites.

Os entes racionais provêm de Deus, e deverão voltar a Deus. No caso do Anjos, que na ordem natural não podem errar nem pecar, a sua operação em ordem à salvação SOBRENATURAL esgotou-se num só acto – bom ou mau.

A perfeição específica dos Anjos, a sua espiritualidade, a sua pouca potencialidade, práticamente só em relação à Ordem Sobrenatural, como já explanámos, implica que o anjo não possa, ontològicamente, fazer penitência do seu pecado: Num só acto, bom ou mau, decide toda a sua eternidade. Não assim o homem, constituído por corpo e alma, com todas as contradições que tal representa, com todas as cisões, com todas as reconciliações, com todas as superações; é verdadeiramente no homem que se processa uma ciência, e um drama da operação.

A Revelação ilumina toda a criação e todo o dinamismo operativo do ente racional, QUE SE DEVERÁ MOVER NA VERDADE E NO BEM, MOVER-SE-Á ASSIM NO SER, NATURAL E SOBRENATURAL, EM PLENA COMENSURABILIDADE, EM PLENA PROPORÇÃO, EM PLENA HARMONIA, COM A INTEGRIDADE DOS MISTÉRIOS SOBRENATURAIS DE CUJO LUME AUFERE A CAUSA EXEMPLAR, A CAUSA EFICIENTE, E A CAUSA FINAL DO SEU AGIR.

Neste quadro conceptual, o dinamismo moral é ser e fonte de ser, nele se constitui a dignidade operativa do ente racional, mediante a sua progressiva identificação sobrenatural com Deus Nosso Senhor na plenitude dos Seus mistérios, das Suas infinitas perfeições.

Quando o Dogma se desmorona, colapsa igualmente, necessàriamente, a Moral. É perfeitamente lógico. A Moral constitui a face operativa do Dogma, e o Dogma constitui a face especulativa da Moral.

Assim se compreende como o próprio Bergoglio se tenha surpreendido com os lobbys pederastas no Vaticano; e não apenas no Vaticano, pois que estão disseminados por todo o mundo. Todavia o bom católico não pode surpreender-se com aquilo que não apenas constitui o látego Divino que corrobora o aforismo teológico- peccatum, poena peccati – como também ostenta um estandarte público, notório e eficaz, um sintoma maldito, da infame apostasia conciliar.

Como é que alguém com responsabilidades pode produzir a monstruosa asserção de que a Igreja conciliar é a Santa Madre Igreja?

É certo que no passado também houve pederastia na Santa Igreja de Deus – MAS CONSTITUÍA UMA QUESTÃO DE FACTO. Agora não, agora CONSTITUI A FACE OPERATIVA DA APOSTASIA.

É UMA QUESTÃO, ESSENCIALMENTE, DE DIREITO. ESTA IGREJA CONCILIAR REPRESENTA A MAIOR MALDIÇÃO, A MALDIÇÃO SUPREMA, QUE ALGUMA VEZ INFECTOU A FACE DA TERRA.

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Lisboa, 12 de Junho de 2013

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